Mãos frias, pupilas dilatadas, aumento dos batimentos cardíacos, da atividade mental e da força muscular. Esses são apenas alguns sintomas físicos, que desenvolvemos durante uma situação de perigo iminente.
Em 12 de Julho de 2000, dez cariocas experimentaram na prática essas sensações, quando Sandro Barbosa do Nascimento, decidiu sequestrar o ônibus 174. Por mais de quatro horas, esses passageiros permaneceram sob a mira de um revólver e ameaças psicológicas constantes.
Por volta das 19 horas, o criminoso saiu do ônibus, levando consigo a professora de artes Geísa Firmo Gonçalves, utilizando-a como “escudo” como uma tentativa de inibir a ação dos policiais.
Porém, foi nesse momento de tensão, que um erro tornou-se fatal: O policial errou o tiro e a refém foi baleada e morreu a caminho do hospital. Sandro, por outro lado, foi asfixiado no camburão da polícia.
Um mistério! Dezessete anos após o incidente, ainda discute-se a ação despreparada da polícia diante de uma situação com refém. Teria o policial recebido ordens expressas do Coronel, para agir daquela maneira? Ou teria agido por impulso? Deveria Sandro ser considerado uma vítima social por ter sobrevivido à chacina da Candelária como representado nos filmes criados sobre essa tragédia?
Atualmente, a linha 174 ainda existe, porém passou a ser chamada de 158, como uma tentativa de apagar esse desastre ocorrido em 2000.
Portanto, há de se ratificar que é necessário ter mudanças significativas na sociedade, desde o preparo policial até fornecer ajudas psiquiátricas para vítimas da violência urbana. Está claro que, não conseguiremos histórias com finais diferentes por apenas renomear linhas e criar filmes vitimizando criminosos. É preciso ocorrer uma mudança interna e estrutural no país.