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O caso Skylar Neese| Pretty Little Killers

Na cidade de Star City, Virginia, EUA Skylar Neese pulou a janela de casa durante a madrugada, entrou dentro de um carro e nunca mais foi vista.


Na madrugada do dia 6 de julho de 2012, Skylar Neese, 16 anos, fugiu de casa e saiu em um carro durante a madrugada. No dia seguinte, seus pais, Dave e Mary Neese, notaram que a filha não estava em casa, ligaram para a polícia, para comunicar o ocorrido, mas as investigações não começaram de imediato, pois naquela época, no estado da Virginia, para uma criança ou adolescente ser considerada desaparecida, ela precisava preencher uma série de requisitos, e, em um dos vídeos de segurança da casa, mostrava Skylar saindo de casa por conta própria e entrando em um carro por conta própria, por isso ela não se enquadrava nos parâmetros do "Alerta Amber", que era usado para sequestro e desaparecimentos de menores de idade.

No entanto, os meses passaram, mas Skylar não retornou ficando claro que se tratava de um caso de desaparecimento. Suas amigas do ensino médio, Shelia Eddy, 16 e Rachel Shoaf, 16 tiveram reações diferentes. Shelia se mostrou extremamente prestativa e solidária, inclusive ajudou a espalhar fotos da amiga e a bater de casa em casa para ver se alguém sabia alguma coisa. Até mesmo, em certo dia, Shelia foi até a casa dos pais da Skylar, sentou-se na cama da amiga e chorou desesperadamente. Ela e a mãe da Skylar se abraçaram e choraram juntas.

Rachel, por outro lado, no dia seguinte ao desaparecimento da Skylar ela fez uma viagem de barco com a tia e depois foi para um acampamento religioso que durou vários dias, por este motivo, a polícia entrou em contato com ela por telefone perguntando se ela sabia alguma coisa sobre o paradeiro da Skylar, mas ela disse que não sabia de nada e que era Shelia que deveria saber.

Shelia, dizia que naquela madrugada ela e Rachel passaram perto da casa de Skylar para elas saírem e usar drogas, como elas já tinham feito várias vezes, mas que por volta da meia noite, elas deixaram Skylar algumas ruas antes da casa dela para não acordarem os seus pais que já deveriam estar dormindo, mas que depois disso, elas não tinham mais falado com Skylar.

Mary Neese dizia que provavelmente a sua filha tinha sido sequestrada nesse caminho, entre a rua que as garotas a deixaram e a sua casa. Porém, ela acreditava que a filha já deveria estar morta, enquanto o pai acreditava que a filha tinha sido sequestrada e que logo pediriam resgate.

A polícia continuava investigando, mas todos os dias surgiam boatos e ligações de pessoas que diziam ter visto a Skylar em vários locais e cidades, mas tudo era mentira. Na mesma época, um banco local foi roubado e logo os boatos na escola surgiram dizendo que a Skylar tinha roubado o banco e fugido em seguida.

As investigações se intensificaram quando uma segunda garota, próximo à cidade, também desapareceu. Então a polícia local se uniu ao FBI, pois acharam, no primeiro momento, que os casos estavam conectados. Com essa união com o FBI, o caso Skylar Neese ganhou uma grande repercussão midiática e a sociedade começou a cobrar a resolução por parte das autoridades.

O interrogatório com as amigas, Shelia e Rachel começaram a levantar suspeitas, pois a história das duas era muito igual, palavra por palavra, como se fosse tudo combinado. Sendo assim, ficou determinado pela justiça que as meninas deveriam passar por um teste de polígrafo. Shelia, não passou no teste e Rachel teve um surto psicótico e foi internada em centro de reabilitação.

Com isso, ficou claro para todos que as meninas estavam escondendo algo. A polícia suspeitava que as três tinham ido para um local isolado e se drogado, como de costume, porém eles acham que Skylar tivesse tido uma overdose lá, e que como as amigas não sabiam o que fazer, elas a deixaram lá e ela acabou morrendo sozinha.

No entanto, assim que Rachel saiu do centro de reabilitação, ela foi levada direto para a delegacia para fazer o teste do polígrafo. Respondeu algumas perguntas e logo em seguida ela disse: "Nós esfaqueamos ela". A polícia ficou chocada, pois eles ainda acreditavam na teoria de overdose e que Skylar tivesse morrido por acidente. Quando eles perguntaram o motivo, ela simplesmente disse que as duas não gostavam mais dela e que não a queriam no seu grupo de amigos.

Quando Rachel confessou o crime, a neve estava muito alta para os policiais conseguirem localizar o corpo de Skylar. Sendo assim, eles tiveram que esperar a neve derreter para encontrar o corpo dela. Rachel fez um acordo com a polícia, aceitou cooperar em troca da redução da pena. Ela mostrou onde o corpo estava, no entanto ela não disse nada sobre a investigação para a Shelia e até tentou tirar uma confissão dela para a polícia, mas ela ficou tão nervosa que não conseguiu. De qualquer forma, no dia que a mídia noticiou que o corpo de Skylar tinha sido encontrado, a Sheila tuitou "Pior dia da minha vida", fingindo que não tinha feito nada e que estava sentindo muito a falta da amiga.

De qualquer forma, o Twitter das três garotas, assim como todos os eletrônicos delas, foram investigados pelo FBI. Muitas coisas estão sendo mantidas nos arquivos do FBI em sigilo até hoje, especialmente as postagens de 2012 no Twitter das garotas, que foi removido da rede social e ainda é mantido em sigilo pelo FBI nos arquivos do caso. Algumas coisas foram liberadas para a imprensa e o perfil das três ainda está ativo.

Rachel se entregou no dia combinado e em seguida, os policiais conseguiram um mandato para revistar o carro da Shelia. Eles encontram sangue da Skylar no porta-malas do carro dela. Ela foi presa na hora.

Ficou comprovado, a partir das investigações, que o crime foi muito planejado, com meses de antecedência. As acusadas levam água sanitária, pás, roupas limpas e facas de cozinha escondidas nas roupas. Na madrugada do dia 06 de julho, um dia antes do aniversário de Skylar, Shelia e Rachel pegaram Skylar em casa, dirigiram até um local isolado com a desculpa de poderem usar drogas e quando a Skylar virou de costas para pegar o isqueiro que ela tinha deixado no carro, as meninas contaram até três e começaram a esfaquear a amiga.

Após o crime, elas tentaram enterrar Skylar, mas o solo era muito rochoso, então elas a deixaram lá e cobriram o corpo dela com galhos. Em seguida, elas entraram no rio, que era próximo do local, se limparam, trocaram de roupa e voltaram para as suas vidas, como se nada tivesse acontecido. Inclusive no mesmo dia, Rachel foi passear de barco com a tia. A perícia descobriu que, ao todo, foram mais de 50 facas no corpo de Skylar.

Através das investigações policiais, eles descobriram um tweet da Sheila, no dia 1 de abril de 2013, quase um ano após o crime que dizia "Nós realmente fomos no três" fazendo referência ao crime cometido por elas em 06 de julho de 2012, no qual elas haviam combinado de contar até três para começar a esfaquear a amiga.

Após, 18 meses da morte brutal da Skylar, Rachel e Sheila foram julgadas e condenadas como adultas.

Shelia foi sentenciada à prisão perpétua com a possibilidade de condicional após 15 anos de prisão (vídeo na integra do julgamento disponível no YouTube https://www.youtube.com/watch?v=vHcWaxfCQx8) e Rachel foi condenada a 30 anos de prisão (vídeo na integra do julgamento disponível no Youtube https://www.youtube.com/watch?v=0RroyELCT6Q&t=130s), com possibilidade de condicional após 10 anos, visto que ela colaborou com a polícia e fez acordo.

Para os pais de Skylar, em especial para o pai dela, ele disse que fará de tudo que puder e participará de todos os julgamentos das assassinas para garantir que nenhuma delas saia da prisão. No local onde foi encontrado o corpo de Skylar, os pais dela o transformaram em um memorial para a filha, onde eles decoram com flores, pedras e fotografias da Skylar.

Além disso, após o caso Skylar, foi aprovada no estado da Virginia a Lei Skylar, que faz alterações no "Alerta Amber". Sendo assim, hoje não é mais necessário cumprir todos os requisitos para ser considerado um caso de desaparecimento, basta alguém sumir que as investigações começam na hora.

No dia 8 de julho de 2014, a jornalista Daleen Berry e o investigador Geoffrey Fuller, publicaram o livro Pretty Little Killers, o título faz uma referência à série da Netflix, Pretty Little Liars, pois em vários momentos, quase no final das investigações, os colegas da escola delas já estavam suspeitando das meninas e diziam que Rachel e Shelia tinham matado a Skylar, mas que a polícia ia pegá-las logo. Outros faziam ameaças anônimas nas redes sociais das garotas e também se utilizavam de frases da série Pretty little Liars para acusar Rachel e Shelia do crime, mesmo antes da confirmação policial e da prisão delas. De qualquer forma, o livro tem um viés jornalístico investigativo que aborda detalhes do caso, incluindo a confissão da Rachel Shoaf e outros pormenores da investigação. O livro não foi lançado no Brasil, mas está disponível no site da Amazon (https://amzn.to/3l9XmIW), apenas em inglês, tanto no formato físico quanto em e-book.

No entanto, as reais motivações do crime ainda são um pouco nebulosas. As garotas afirmaram que mataram Skylar porque não gostavam mais dela e não a queriam mais no grupo. No entanto, no twitter da Skylar, é possível perceber várias mensagens que mostram que a amizade do trio já não andava bem há um tempo e que as meninas estavam excluindo Skylar do grupo. Em uma das postagens, Skylar disse que sabia de muitas coisas das duas amigas e que poderia contar para todo mundo os segredos delas se elas continuassem a excluindo.

Uma das teorias que rondou a escola na época, é que Sheila e Rachel estavam tendo um relacionamento homoafetivo e que Skylar sabia disso e que estava chantageando as duas, principalmente Rachel que tinha uma família muito religiosa e rígida, mas nada ficou provado durante as investigações e tudo se tornou apenas especulações e boatos.

Um fato curioso sobre esse caso, é que Skylar, na sua última postagem no twitter, antes de morrer, ela disse que não confiava mais nelas, ou seja o instinto dela a fazia desconfiar das "amigas", por algum motivo. Se ela tivesse seguido o instinto dela e se afastado das meninas, talvez esse crime bárbaro jamais tivesse acontecido. De qualquer maneira, Skylar Neese foi mais uma, das muitas vítimas, de psicopatas cruéis que estão espalhados na nossa sociedade, que ceifam vidas inocentes e que deixam um rastro de destruição e sangue por onde eles passam!

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