O mistério dos sete relógios| Agatha Christie
- Jessica Bajarunas
- 20 de jan. de 2022
- 2 min de leitura
A agilidade de Agatha Christie continua a confundir nossos olhos.” Val McDermid, escritora, best-seller do The New York Times

"O simpático jovem Jimmy Thesiger desceu correndo a imensa escadaria de Chimneys, saltando de dois em dois degraus. Tamanha era a pressa que quase esbarrou em Tredwell, o imponente mordomo, bem quando este cruzava o saguão trazendo um bule fresco de café quente. Graças à espetacular presença de espírito e à magistral agilidade de Tredwell, nada de mais ocorreu.
– Perdão – desculpou-se Jimmy. – Escute, Tredwell, fui o último a descer?
– Não, senhor. O sr. Wade ainda não desceu.
– Ótimo – disse Jimmy, entrando na sala de café da manhã.
O aposento estava vazio, a não ser pela dona da casa, e a cara de reprovação dela provocou em Jimmy o mesmo desconforto que sempre sentia ao ver o olho de um bacalhau morto exposto na banca de um peixeiro.
Por outro lado, mas que diabos, por que aquela mulher estaria olhando assim para ele? Ninguém desce às nove e meia em ponto para tomar o café quando está passando um final de semana em uma casa de campo. Claro, agora já deviam ser mais de onze e quinze, o limite máximo aceitável, mas mesmo assim...
– Acho que me atrasei um pouco, lady Coote. Está tudo bem?
– Ah, tanto faz – disse lady Coote, com uma voz melancólica. Na verdade, o atraso das pessoas para o café a incomodava muito. Durante os primeiros dez anos de sua vida de casada, sir Oswald Coote (na época apenas 8 “senhor”) sempre fez, para não poupar palavras, um escândalo dos infernos se sua refeição matinal saísse um minuto e meio sequer depois das oito. Lady Coote fora disciplinada para encarar a impontualidade como um pecado da mais imperdoável natureza.
E é difícil livrar-se de hábitos antigos. Além disso, era uma mulher muito séria, e não conseguia deixar de se perguntar que futuro no mundo esses jovens poderiam ter sem conseguir acordar cedo.
Como sir Oswald sempre dizia aos repórteres – e a qualquer um, na verdade: “Atribuo todo o meu sucesso ao costume de acordar cedo, viver de maneira frugal e ter hábitos metódicos”.
Gerry Wade tem um grave problema: acorda sempre atrasado para o café da manhã, aborrecendo seus anfitriões durante sua estadia na mansão de Chimneys. Os outros hóspedes da casa decidem pregar uma peça no dorminhoco e colocam oito relógios no quarto dele, marcados para despertar às 6h30. A manhã chega e, para surpresa de todos, a brincadeira acaba tendo um resultado trágico.
Agora cabe à jovem Bundle e seus amigos investigar o que deu errado. Em O mistério dos sete relógios, Agatha Christie convida o leitor a acompanhar as aventuras destes jovens – e improváveis – detetives, enquanto eles desenredam uma trama de conspiração muito mais complexa do que poderiam imaginar.
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